Desde 8 de julho de 2024, encontra-se disponível a primeira linha telefónica de apoio em saúde, totalmente gratuita e acessível a toda a população 24h por dia.

O projeto “Linha de Saúde 24h – Reforço da disponibilidade e proximidade dos Serviços de Saúde à população da Guiné-Bissau”, iniciado em janeiro de 2024, quer alargar a disponibilidade de serviços e de informação em saúde a qualquer cidadão, técnico de saúde ou agente de saúde comunitária em todo o território guineense.

Este projeto surge no seguimento do trabalho dinamizado pelo centro de atendimento telefónico para a COVID-19, coordenado pela ONGD VIDA entre 2020 e 2022, com o financiamento do PNUD, e em parceria com o Alto Comissariado COVID-19 da Guiné-Bissau, que se demonstrou particularmente importante pela capacidade de aproximação à população, assegurando o acesso a serviços de saúde especializados, em plena pandemia COVID-19, de uma forma simples e gratuita, sem a necessidade de deslocações.

Feito o balanço do serviço prestado em conjunto com as entidades nacionais de Saúde e parceiros internacionais, revelou-se unânime a necessidade de dar continuidade a este tipo de serviço em saúde, sendo que 85% da população guineense tem acesso a rede móvel.

Créditos fotografias: João Marco (INESC TEC)

Entre 1 e 6 de julho de 2024, a equipa da Linha de Saúde 24h recebeu formação para a utilização do programa informático, desenhado em conjunto com o parceiro tecnológico INESC TEC – Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (Universidade do Porto). A formação foi ministrada, em Bissau, pelos programadores João Marco e Pedro Moreira (INESC TEC).

BALANÇO DOS PRIMEIROS 3 MESES DE FUNCIONAMENTO

julho a setembro 2024

Entre julho e setembro 2024, a equipa da Linha de Saúde 24h recebeu um total de 2615 chamadas, das quais 42% foram consideradas válidas no âmbito do serviço prestado por este serviço telefónico.

Por dia, equivale a uma média de 31 chamadas atendidas e de 12 pessoas aconselhadas e/ou encaminhadas para os respetivos serviços/autoridades competentes.

As chamadas falsas têm ainda algum peso, sendo que 13,2% foram chamadas de esclarecimento acerca do funcionamento da LS24h – algo que podemos considerar natural, dado que a LS24h iniciou recentemente a sua atividade e existem dúvidas e questões por parte da população relativamente às valências e competências da mesma.

Chamadas recebidas

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Chamadas válidas

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Chamadas de esclarecimento

Chamadas por região sanitária

Dentro das chamadas consideradas válidas, com origem em todas as regiões do país, destaca-se um maior número de chamadas recebidas do Setor autónomo de Bissau (46,2%), seguido de Bafatá (11,8%) e de Cacheu (8,8%).

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S. A. Bissau

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Bafatá

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Cacheu

Âmbito das chamadas

Maioritariamente, 89,8% chamadas foi realizada por motivos de Saúde, e, em menor expressão, denúncias (6%) relativos a atos ilícitos nos serviços públicos, seguida de casos encaminhadas para as autoridades de proteção civil (3%) como bombeiros, polícia judiciária, polícia de ordem pública e, ainda, polícia marítima.

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Saúde

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Denúncias

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Proteção Civil

SAÚDE

  • A maioria dos utentes encontra-se nas faixas etárias mais jovens, nomeadamente entre 15 e 29 anos.
  • Foram atendidos 63 casos de saúde considerados graves e moderados.
  • Foram encaminhados 155 utentes para unidades hospitalares em todo o país.

DENÚNCIAS DE ATOS ILÍCITOS

  • Foram recebidas 63 denúncias relativas a atos ilícitos dentro dos serviços públicos que inclui a venda ilícita de medicamentos assim como, situações de suborno e corrupção e violência ocorrida nas estruturas de saúde.

PROTEÇÃO CIVIL – Acidentes e situações de violência doméstica e na via pública

  • Foram recebidas 35 chamadas no âmbito da proteção civil, devidamente encaminhadas para os parceiros institucionais.
  • 50% das chamadas foram encaminhadas para os bombeiros (de notar, o reporte de 10 incêndios) e 26,5% para a Polícia Judiciária (situações de violência doméstica e violência sexual).
  • De notar ainda, 3 acidentes rodoviários e 3 situações de violência na via pública remetidas para a Polícia de Ordem Pública; e 1 naufrágio remetido para a polícia marítima.