Durante este mês de outubro, conhecemos os destinatários do prémio Nobel da Economia de 2019, que foi atribuído a três investigadores da área de Economia do Desenvolvimento que, através de métodos experimentais, têm contribuído para encontrar soluções para combater a pobreza mundial. Assinalámos, por outro lado, no dia 17 de outubro, o Dia Internacional da Erradicação da Pobreza, relembrando que este compromisso exige a união de esforços para enfrentar os complexos desafios que se colocam ao alcance desta meta até 2030.
Nos últimos sete anos, a VIDA tem trabalhado com o centro de investigação NOVAFRICA (da Nova School of Business and Economics – Universidade Nova de Lisboa) na procura de caminhos e soluções concretas que ajudem a erradicar a pobreza, envolvendo as famílias, as comunidades e os estados nas perguntas essenciais para as quais se procuram respostas.
Embora o nosso trabalho nos possa parecer, muitas vezes, invisível, na realidade já apresenta resultados e impacto comprovados e que, acima de tudo, são vivenciados pelas famílias e por cada pessoa. A entrega deste Nobel da Economia mostra, por isso, que este caminho pode ser o mais acertado e eficaz na missão de contribuir para a erradicação da pobreza.
Alguns dos resultados dos estudos NOVAFRICA no âmbito dos nossos projetos:
Vitamin A deficiency and training to farmers: Evidence from a field experiment in Mozambique
Rute M. Caeiro e Pedro C. Vicente (2015)
Avaliação de Impacto ao curso de batata-doce de polpa alaranjada às mulheres agricultoras do distrito de Matutuine, em Moçambique, no âmbito do projeto “Conhecer, produzir e nutrir”, com as seguintes conclusões:
- As mulheres agricultoras aumentaram o seu conhecimento sobre a produção e confeção de batata-doce de polpa alaranjada e de outros alimentos nutritivos e as crianças menores de 5 anos das mães que assistiram aos cursos tiveram melhorias no seu peso e altura!
From Learning to Doing: Diffusion of Agricultural Innovations in Guinea-Bissau
Rute M. Caeiro (2019)
Estudo sobre a difusão de práticas agrícolas na tabanca de Suzana, na Guiné-Bissau, no âmbito do projeto “Kópoti pa cudji nô futuro”. Comprovámos que:
- As mulheres beneficiárias do projeto aumentaram o seu conhecimento e a adoção de práticas agrícolas optimizadas para o seu contexto, como também contribuíram para a disseminação destas práticas nas suas redes sociais comunitárias.
- As agricultoras beneficiárias do projeto são o grupo mais provável de ser mencionado como fonte de conselhos agrícolas.
Incentivizing Community Health workers in Guinea-Bissau: Experimental Evidence on Social Status and Intrinsic Motivation
Mattia Fracchia, Teresa Molina Millan e Pedro C. Vicente (2019)
Estudo sobre os incentivos não financeiros aos Agentes de Saúde Comunitária na Guiné-Bissau, no âmbito do projeto “Estratégia para a aceleração da redução da mortalidade materna, neonatal e infantojuvenil na Guiné-Bissau – Setor Autónomo de Bissau”, no qual comprovámos que:
- A valorização do Agente de Saúde Comunitária na sua comunidade com base no desempenho, medido através dos instrumentos de avaliação já existentes no projeto, melhora o seu desempenho junto das famílias e tem um efeito positivo sobre os seus conhecimentos das Práticas Familiares Essenciais. A combinação destes dois efeitos tem um impacto positivo sobre o conhecimento destas mesmas práticas pelas famílias e na saúde das crianças menores de 5 anos.