Na VIDA trabalha-se com a razão e o coração. São fatores indispensáveis no currículo dos seus dirigentes e colaboradores. Hoje, juntaram-se à família que a Luz iniciou muitas pessoas. Têm muitas nacionalidades, estão em Lisboa, em Moçambique e na Guiné. Estão na escola, no campo, nos centros de saúde e nos hospitais. Não estão na capa dos jornais, mas estão nas cidades e nas aldeias a construir passo a passo o futuro das comunidades, para que estas possam ajudar outras no mesmo caminho, juntando-se assim a esta grande família.
Testemunho de Raquel Abecasis
Passaram 30 anos desde aquele dia, de que me lembro como se fosse ontem, em que a Luz Vasconcelos e Sousa me disse com aquela urgência e entusiasmo que a caracterizavam sempre que intuía qual era o seu caminho: “O Papa chegou a Portugal e a primeira coisa que nos disse foi «Portugal convoco-te para a missão», temos que levar isto a sério!” Estávamos em maio de 1991. A Luz levou a sério a convocatória de João Paulo II. Sentiu-se convocada e convocou outros para a acompanharem na primeira missão em Moçambique. Em agosto de 1992 partiu com um grupo de jovens para a Casa do Gaiato em Moçambique, depois de um ano de preparação. Objetivo: construir uma escola para as dezenas de crianças acolhidas na Casa do Gaiato, na aldeia da Massaca. Foi uma primeira missão que correu bem, mas que deixou a Luz com vontade de fazer mais e melhor.
Os últimos 30 anos são a história dessa busca por fazer a diferença numa realidade concreta em que muitos tocam, mas não deixam marca. O mundo das ONGD é complexo, variado e tem muitas realidades. Ao longo dos anos, a VIDA ocupou-se inteiramente a mudar a vida de pessoas e comunidades. Mais do que a visibilidade, o seu foco esteve sempre na eficácia e nos resultados, devidamente estudados e medidos, para corrigir erros e melhorar processos. Este foi o ponto de partida da Luz que cedo percebeu que a tarefa exigia estar no terreno a trabalhar e a dialogar em permanência com as pessoas. Só esta convivência permite entender as necessidades e encontrar as respostas adequadas. E para conviver é preciso estar, por isso uma das marcas da VIDA é trabalhar a longo prazo e não nas respostas de curto prazo.
Nos primeiros 19 anos da VIDA acompanhei a Luz nesta descoberta da sua vocação que se confundiu sempre com a missão da instituição que fundou. Assisti às suas dúvidas e inquietações. Discuti com ela métodos e soluções. Vi como foi juntando outros ao projeto e como trabalhou com todos não numa lógica hierárquica ou burocrática, mas seguindo o seu método: entregando-se toda a uma tarefa que é muito mais do que um trabalho. Esta mesma entrega exigiu-a aos que se juntaram a ela. Foi assim que a missão e vocação deixaram de ser só suas e passaram a ser de todos os que trabalham na VIDA e que a mantêm, 30 anos depois, como uma ONGD única no panorama nacional e com um trabalho ímpar e contínuo ao longo dos anos, junto das comunidades de Moçambique e da Guiné.
Na VIDA trabalha-se com a razão e o coração. São fatores indispensáveis no currículo dos seus dirigentes e colaboradores. Hoje, juntaram-se à família que a Luz iniciou muitas pessoas. Têm muitas nacionalidades, estão em Lisboa, em Moçambique e na Guiné. Estão na escola, no campo, nos centros de saúde e nos hospitais. Não estão na capa dos jornais, mas estão nas cidades e nas aldeias a construir passo a passo o futuro das comunidades, para que estas possam ajudar outras no mesmo caminho, juntando-se assim a esta grande família. Os resultados do trabalho da VIDA estão à vista no terreno e são reconhecidos por governos, organizações nacionais e internacionais e pela academia. A VIDA tornou-se imortal. Se for fiel às suas origens continuará a deixar marcas muito para além da vida dos que a iniciaram.
Como balanço destes 30 anos posso dizer que aquela frase de João Paulo II quando aterrou em Portugal encontrou terra fértil, lançou sementes e as sementes deram bom fruto. Obrigado à Luz, à Ana e à Patrícia e através delas a toda a família VIDA que tão bem tem feito o trabalho iniciado num certo mês de maio em 1991.
Nestes 11 anos de colaboração tive a felicidade de testemunhar algumas características ímpares, que fazem da VIDA uma organização especial. Em primeiro lugar, a VIDA tem um espírito de missão ímpar que alia a um horizonte de ação de longo prazo junto das suas populações alvo. O resultado é um conhecimento profundo dos contextos onde atua e um impacto óbvio no desenvolvimento dessas comunidades. A VIDA é uma organização altamente bem-sucedida naquilo que é o seu objetivo central, o desenvolvimento na Guiné-Bissau e em Moçambique.
Testemunho de Pedro Vicente
É com enorme satisfação e honra que redijo estas palavras por ocasião do 30º aniversário da ONG VIDA. Conheci a VIDA em finais de 2011 num encontro de ONGs e investigadores na Gulbenkian, pouco depois da minha chegada como professor universitário a Portugal. Desde esse momento, tem sido uma história bem-aventurada de colaboração entre uma ONG com um trabalho de desenvolvimento absolutamente único na Guiné-Bissau e em Moçambique, e o nosso centro de investigação NOVAFRICA da Nova SBE na Universidade Nova de Lisboa. Nestes 11 anos de colaboração tive a felicidade de testemunhar algumas características ímpares, que fazem da VIDA uma organização especial.
Em primeiro lugar, a VIDA tem um espírito de missão ímpar que alia a um horizonte de ação de longo prazo junto das suas populações alvo. O resultado é um conhecimento profundo dos contextos onde atua e um impacto óbvio no desenvolvimento dessas comunidades. A VIDA é uma organização altamente bem-sucedida naquilo que é o seu objetivo central, o desenvolvimento na Guiné-Bissau e em Moçambique.
Em segundo lugar, as pessoas que compõem e gerem a VIDA são de facto pessoas especiais. São pessoas altamente dedicadas e de uma seriedade desarmante. Tive oportunidade de testemunhar por diversas ocasiões que para as pessoas da VIDA primeiro está o objetivo da organização e só depois a sobrevivência da própria organização. A VIDA lida com e depende de um conjunto de instituições de ajuda ao desenvolvimento extremamente burocrático onde as contradições são permanentes. A VIDA não tem dúvidas: ela dá, de facto, a vida pelo desenvolvimento das comunidades onde atua. Poucos estão preparados para o fazer.
Em terceiro lugar, e aí falo como académico, a VIDA tem uma fé cristalina no conhecimento científico. A VIDA percebe que a ciência é um dos melhores guias de ação em termos de políticas públicas: a evidência concreta, recolhida junto das populações alvo, estatisticamente fiável quando possível, constitui uma base sólida para decidir o que fazer e como fazer. A VIDA entende também que o impacto que pode ter no longo prazo depende da estruturação científica do enorme conhecimento que gera com a sua atividade.
Pela parte que me toca e na medida das minhas muitas limitações sinto permanentemente uma grande responsabilidade em corresponder às expectativas geradas por essa fé cristalina da VIDA na ciência. Gostaria de enfim congratular a VIDA por estes magníficos 30 anos de atividade. E de dizer que também eu tenho uma fé cristalina, em vós e na vossa ação!
Parabéns à VIDA, a todas as pessoas que connosco têm trabalhado ao longo destes 30 anos – na Guiné-Bissau, em Moçambique e em Portugal. Sem vocês não tinha sido possível. Continuemos por mais 30 anos “a semear, mesmo naquele pedaço de terra mais arenoso, na certeza de que algo há-de florir.”
Testemunho de Ana Gaspar Nunes
Há 30 anos, a VIDA nascia de um gesto de amor para com o Próximo, de um apelo de Sua Santidade João Paulo II para partir em missão para África. Uma jovem ouviu-O e partiu. Regressou com um sonho maior que o seu coração, um sonho que se tornou uma obra na qual os que participam dedicam a sua vida a mudar outras vidas.
Eu cheguei à VIDA em 1997, 5 anos depois, mas aqui encontrei o meu lugar, a minha missão no mundo dos “invisíveis”. Desde cedo apercebi-me que não mudávamos o mundo, mas a forma de estarmos e ouvirmos os outros, de entrega e partilha mútua, permitia uma mudança maior. A sua consciência de Pessoa, de ser livre faria toda a diferença no papel que desempenhariam na sua vida a partir daquele momento. É precisamente esta a essência de cada projeto da VIDA: a Pessoa e sua mudança no mundo e para o mundo.
30 anos de um caminho conjunto de partilha, de dedicação, de amor, de amizade e de respeito que me realiza todos e cada dia da minha vida. Trabalhamos há 30 anos com os mais vulneráveis dos mais vulneráveis, com os “invisíveis”, com aqueles que desejam fazer a diferença nas suas vidas e nas comunidades onde nasceram e vivem até hoje. É preciso continuar a “trazer estas pessoas para o mundo”, dar-lhes voz, dar-lhes o poder de decidir enquanto cidadãos do mundo e de participar ativamente nas suas comunidades.
Como o nome fala por si mesmo: “VIDA”. É cuidado, zelo, é ver as necessidades mais urgentes, dar possibilidades, contornar e solucionar problemas. É fazer a vida valer a pena.
Testemunho de Olálio Trindade
Sou Olálio Neves de Trindade, representante da ONG VIDA na Guiné-Bissau. Já faz muitos anos que trabalho nessa organização. A minha grande satisfação e gratidão por fazer parte dessa família como um colaborador é um privilégio. O maior ativo de uma organização são os seus colaboradores. Essa máxima se comprova no dia a dia, em desenvolver trabalhos que visam atingir metas traçadas pelo objeto de cada projeto. Os profissionais da VIDA são de alto desempenho que encaram cada projeto como um grande desafio corporativo de poderem trabalhar em equipa.
Então, para mim, trabalhar na ONG VIDA é trabalhar numa equipa de alta performance que tem competências e habilidades que geram resultados aliados aos objetivos e metas definidas pela organização, além dos inúmeros benefícios a longo prazo. Para atingi-los, a meu ver líderes e gestores estão sempre orientados por dados, boas estratégias de desenvolvimento profissional e ferramentas para mensurar o desempenho individual de cada um.
Mas, como dar conta desse projeto na prática? Já são 30 anos de existência dessa organização, com isso quero mencionar aqui o cuidado e o tempo, que são os pilares centrais da existência de uma organização, quando essa se importa na formação de uma equipe de alta performance, e devem ser investidos na escolha de cada componente do grupo. A VIDA dá esse suporte e estruturação da equipa, e tem as medidas para manter essa estabilidade. Assim me sinto trabalhando na ONG VIDA na Guiné-Bissau.
Uma organização que se preocupa em inovar, muitas vezes nos percursos mais difíceis, para beneficiar as famílias rurais isoladas.
Para mim, tem sido um privilégio trabalhar na VIDA durante os últimos anos. Uma organização consolidada e focada no compromisso que estabelece com as pessoas e instituições parceiras. Uma organização que se preocupa em inovar, muitas vezes nos percursos mais difíceis, para beneficiar as famílias rurais isoladas. Esse esforço traz-lhe reconhecimento em Moçambique.
A VIDA é isso: são (as) pessoas e no terreno caminhamos juntos para encontrar e testar soluções que beneficiem as pessoas e que contribuam para futuros mais prósperos.